quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Caem os mitos sobre a relação dos jovens com o trabalho

Pesquisas recentes vêm derrubando vários mitos sobre como as novas gerações se sentem e se comportam no ambiente de trabalho

Jovens em busca de emprego: ao contrário do que se acredita, eles são contratados mais rapidamente que os adultos

São Paulo - "Eu sou preguiçoso (...). Até o livro de história mais chato me dá maior sensação de liberdade do que estar aprisionado em um escritório. Quero meu tempo à minha disposição. Acho que sou mimado, como diz o meu tio. Minha geração é notória por querer fazer tudo do jeito mais fácil."
Esse trecho foi escrito pelo estudante americano Richard Lorber, de 20 anos,e publicado na revista Life. Richard descreve a si mesmo, mas as características parecem condizentes com o estereótipo de qualquer jovem de hoje: individualista, questionador, preguiçoso.

Só que ele tinha 20 anos em 1968, quando a matéria foi publicada. "As pessoas esqueceram que algumas características apontadas como exclusivas da nova geração são, na verdade, comuns entre os jovens de qualquer época", diz Alexandre Santille, co-presidente da Affero Lab, consultoria de educação corporativa. "Isso acaba reforçando estereótipos que prejudicam o jovem que está entrando no mercado de trabalho", afirma.

De fato, os números mostram que muitos traços atribuídos aos profssionais em início de carreira não conferem com a realidade. Foi o que concluiu o estudo "A rotatividade dos jovens no mercado de trabalho formal brasileiro", do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea),publicado em outubro.

"Diferentemente do que se imaginava, é mais fácil para o jovem arrumar emprego: nove em cada dez que procuram trabalho encontram", diz o técnico de planejamento do Ipea Carlos Henrique Corseuil, um dos coordenadores da pesquisa.

Na realidade, o que explica o maior desemprego nessa faixa etária — 14,1%, ante uma média de 5,2% entre o resto da população — é que o jovem sai do emprego mais rápido. "Em um ano, sete em cada dez jovens saem do emprego. Entre os mais velhos a taxa é de 41,3%. Isso ocorre porque o jovem costuma trabalhar em áreas de maior rotatividade, como comércio e serviços", esclarece Carlos Henrique.

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